A chuva tanto pedida pelos
agricultores veio, mas, choveu demais. Na zona rural de Petrolina, no
interior de Pernambuco, produtores de uva calculam os prejuízos, que, em
seis dias de precipitação, já chegam a R$
7 milhões e uma perda de 650 toneladas da fruta. Os pomares estão
molhados, trabalhadores parados e os produtos perecendo.
Segundo cálculos do
Sindicato dos Produtores Rurais do município (SPR), feitos a partir dos
relatos dos fruticultores, há a estimativa de que 35% da produção de uva
que estava pronta para colheita tenha sido comprometida
com a chuva, que registrou uma média de 90 milímetros nas regiões de
fazendas. “A maioria das variedades de uva não suporta tanta água”,
comenta o gerente executivo da entidade, Flávio Diniz.
Flávio explica que os
prejuízos dos últimos seis dias se concentram nas frutas que seriam
colhidas para o consumo interno durante o Natal. Mas as consequências
podem se estender para o próximo ano. “Os produtores
já vêm se preparando há algum tempo para a safra 2019.1, só que a uva
tem um ciclo, ela obedece a tratos culturais. E por conta da chuva
poderá existir uma redução de produtividade”.
No Projeto de Irrigação
Senador Nilo Coelho, a Fazenda Ara Agrícola cultiva 175 hectares de uva
de mesa e, nesse período de chuva, tinha 14 mil quilos da fruta para
serem colhidos. De acordo com o gerente de campo
da propriedade, Ivan Lopes, lá as perdas alcançam 40%. “A maioria era
da variedade Crimson, um tipo de uva que não aguenta chuva, então elas
apodreceram e nós estamos com uma perda aí de no mínimo R$ 50 mil”,
disse. Na Ara Agrícola, apenas 20% do planejamento
para esta semana foram executados.
“Quando contamos a diária
com a mão de obra parada o prejuízo cresce mais ainda. O trabalhador
rural não pode trabalhar durante a chuva; quando ela passa, eles também
não podem entrar na área de plantação porque
ela está molhada, e tudo isso só vai se acumulando”, afirmou Ivan.
Enquanto isso, o gerente do
SPR, Flávio Diniz, conta que os prejuízos na região só não são maiores
porque os produtores já haviam colhido a maior parte da produção e
começaram a tomar as providências para minimizar
os prejuízos. “Eles vão agora se preocupar com um novo planejamento
para atender as demandas da fruta em 2019, por conta desse período
chuvoso”, finalizou ele.